A CUDAP continua a sua luta em Defesa da Água Pública, e contra a total mercantilização daquele que é um dos mais necessários, senão mesmo o mais necessário dos recursos à existência Humana.
A exploração levada a cabo pela empresa Águas do Planalto (AdP) continua a ter a cobertura das Câmaras Municipais da sua área de abrangência. O encerramento duma grande maioria dos fontenários e a colocação de contadores nos restantes demonstra a conivência dos executivos autárquicos. Estes comprometeram-se a financiar as Juntas de Freguesia por forma a que estas possam fazer face a mais esta despesa escusando-se assim a assumir que não acautelaram devidamente o livre acesso das populações à água quando procederam a alienação do seu dever de gestão da distribuição da água para consumo.
São uma vez mais cúmplices do enriquecimento desta empresa quando entregam de «mão-beijada» uma rede de condutas de distribuição em baixa totalmente remodelada, responsabilizando-se ainda pela sua manutenção em caso de avaria ou ruptura.
O secreto contrato elaborado entre a Associação de Municípios da Região do Planalto Beirão (AMRPB) e a AdP contém um providente artigo 21º que faculta à primeira a possibilidade de pedir à segunda que inclua na factura sobretaxas com o fim de financiar a construção e reparação de infra-estruturas. Assim, o valor que vemos na alínea “Artigo 21º do Contrato” reverte na totalidade para a AMRPB. Ultrapassa o meio milhão de euros o valor cobrado anualmente ao abrigo desta sobretaxa.
Ao valor anterior temos ainda que somar o aluguer do contador. Este valor, por ano, pode ir dos 30 aos 120 euros, aumentando a facturação da AdP em mais um milhão e meio de euros por ano. É de referir que um contador de iguais características aos alugados pela AdP para o consumo doméstico custa no mercado entre 30 e 50 euros.
Esta empresa garante com estas duas parcelas um rendimento fixo anual de mais de 2 milhões de euros.
Como agravante da exploração e do péssimo serviço público prestado por esta empresa há ainda a adicionar o encerramento dos postos de atendimento concelhios, sendo concentrado todo o processo de serviço ao público na sede em Mosteiro de Fráguas.
Assim, a CUDAP informa que vai lançar, nos 5 concelhos abrangidos pela AdP, um abaixo assinado com a finalidade esclarecer ao público este contracto de concessão, e levar as autoridades competentes à discussão de um acordo que claramente prejudica os interesses das populações e serve tão só o interesse empresarial de aumento de lucros.
Em Defesa da Água Pública!